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OTACÍLIO MOTA
( Pará )
(Belém, Pará, 1934-2021)
foi delegado de Polícia Civil.
Faleceu em 24 de janeiro deste ano.
Tem poemas publicados no Caderno de Poesia e Prosa II
(Subversa, 2018) e na Antologia da Casa do Desejo (Patuá, 2018).
Publicou em 2016 seu livro Porque te amo.
Participou deste anuário desde o seu início.
VII ANUÁRIO DA POESIA PARAENSE. Airton Souza organizador. Belém: Arca Editora, 2021. 221 p. ISBN 978-65-990875-5-4
Ex. Antonio Miranda
Desde sempre
Do alto
um luar sagrado
abençoa as árvores
e os pássaros que dormem nos galhos,
e eu sinto-me abençoado
por tudo que Deus me mostra.
Depois, faz-se a claridade do dia
e descubro o ritmo
da minha canção.
Mas não consigo penetrar
os mistérios da vida, por isso
o que contemplo continua mistério.
Converso silenciosamente comigo mesmo
e renasço, sem melancolia, a cada dia.
O amor e o carinho enlaçam-se afinal,
uma esperança vital
murmura em meus ouvidos
que o nosso hino pode tornar-se destino.
Se perdermos a ideia de amor.
o amor se perde.
Se perdermos a ideia de esperar,
negamos o tempo.
Mas se insistirmos em chegar
o amor se infiltra em nossas paredes
de carne e alma.
Sinto o cheiro de seu calcanhar
e meus pés caminham
na mesma direção.
Meu chão farejando,
o vento soprando,
e tudo se debruça no espaço dos meus olhos.
O vinho é derramado sobre sonhos bêbados
e um menino em mim
cruza a linha de chegada.
Reanima-se o jogo eterno
e o lobo da solidão uiva longe.
Os olhos de riso
e o brilho do coração.
A poesia, colada na mão.
Enquanto o amor me lambuza
leio as notícias do jornal
e sinto o cheiro do ar matinal.
Ficam os livros, o pensamento
até encontrar-me, definitivamente.
Continua o espaço,
a vida,
e a luz do caminho.
Vou ter tudo quero e espero
desde sempre.
*
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Página publicada em março de 2022
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